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O que vem junto com a Apple Store ao Brasil? Por Marcelo Nóbrega

A chegada da Apple Store ao Brasil parece iminente. O IDG Now! e outros veículos têm noticiado cada vez mais detalhes sobre o processo, que aponta para a abertura de até duas lojas em shoppings de São Paulo. Mas o que vem junto com a Apple Store? Além do serviço aos paulistanos, como as lojas modificarão a relação da empresa com os consumidores e com o Brasil?

A Apple Store é um fenômeno. A primeira abriu em 2001, nos Estados da Virginia e da Califórnia, nos EUA. Em outubro, a empresa inaugurou a 200ª loja, também nos Estados Unidos, depois de ter expandido o negócio para o Japão, Canadá, Reino Unido e Itália. Além do projeto brasileiro, há planos para a instalação de pontos de venda na Índia, no México e na Austrália.

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As lojas da Apple marcaram uma nova relação dos fabricantes com os consumidores, sem intermediários. Para a empresa, nada mais natural, já que é conhecida por "aquecer" a tecnologia com seu design simples, funcional e humano.

É um misto de showroom e ponto de venda. Poucos aparelhos em exposição e espaço de sobra para encostar e experimentá-los. Todos os computadores estão conectados à internet, o que faz da Apple Store também uma espécie de cibercafé. A idéia é testar antes de comprar e também usar a Apple Store como um ponto de encontro para amantes dos Macs, iPods e iPhone. E quem tiver um notebook ou smartphone com Wi-Fi também pode "roubar" a conexão, em volta da tentação dos produtos.

A expectativa é que as Apple Stores brasileiras cheguem com todas as seções que as fizeram famosas. No Genius Bar, o cliente se encontra com um especialista para tentar resolver problemas de hardware ou software na hora, com máquinas compradas na loja em questão, ou não. Há espaços semelhantes para os proprietários de iPod. Mais recentes são os Studio, com foco na produção multimídia e uso da suite de aplicativos iLife, para edição e organização de fotos, vídeos e música.

A Apple não tem se posicionado sobre a abertura das lojas, talvez por estar incomodada com o vazamento das informações pelos parceiros. A empresa é conhecida por controlar com mão de ferro suas parcerias e até pouco tempo só anunciava produtos que estariam nas lojas no dia seguinte. Ao mesmo tempo, os indícios podem ser parte de um plano cuidadoso para manter a atenção num crescendo que culmine com a abertura da loja.

O ano de 2008 é da Apple no Brasil. Com o dólar baixo, a empresa sofreu a concorrência de distribuidores independentes que trouxeram Macs e iPods mais baratos que os preços "oficiais", forçando a sua queda. A chegada da loja legitima a presença, aproxima o consumidor, mas ainda é pouco.

Mais que a Apple Store física, o país precisa de uma loja virtual oficial. É ela que levará os produtos da Apple a todo o Brasil, com atendimento telefônico de qualidade e venda pelo correio com segurança e parcelamento. Em outros paises, como Portugal - que acabou de ganhar sua loja virtual sem ter uma física - há descontos para estudantes e professores e ofertas especiais pela internet.

Com a Apple Store virtual, o internauta conhece todos os produtos da empresa sem sair de casa e de qualquer computador ou até no celular. E também há a iTunes Store, a investida mais difícil de se concretizar por depender da solução do emaranhado de direitos autorais que impedem a oferta geral de músicas no Brasil.

A chegada da Apple Store pode provocar todas as mudanças em cascata. Os computadores da empresa nunca se tornarão realmente baratos - não é assim no resto do mundo, onde PCs com configurações parecidas custam vários dólares a menos. Para acelerar a queda nos preços só com a instalação de uma montadora no país, o que Jobs parece descartar. Com 0,1% do mercado total da Apple, duas lojas e uma virtual em português parece suficiente para aumentar as vendas.

Fonte: Marcelo Nóbrega do site idgnow